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Delicatessen

espaço destinado a pequenos prazeres

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Bula

Janeiro 24, 2012

Isabel Afonso

Agitemo-nos antes de nus, nos usarmos para prevenir a desilusão, às vezes é uma questão de acomudação das particulas, se for mais grave...paciência, siga de esquifo porque a medicina tradicional ainda não encontrou solução.
Entrar em processo de negação poderá desencadear mecanismos perversos causadores de danos colaterais graves para as partes envolvidas.
Em caso de dúvida,consulte o seu médico.

Modelito Metafísico

Janeiro 24, 2012

Isabel Afonso

Às vezes amofino-me, ponho os óculos cor-de-rosa da Barbie, ela vai fazer queixa ao Ken, ele parvo como é, diz-me que o cor-de-rosa não me fica nada bem. Então fumo um cigarro, travo o fumo envolto em palavras e gozo o meu silêncio, acumulo sabedoria e mato-me um pouco.

Estilhaços de um romance (4)

Janeiro 21, 2012

Isabel Afonso

 

 

Kadafi gostava mais de peixe, um amigo pescador, Hemingwai, tinha por hábito deixar um pequeno saco de peixe para o felino pendurado no velho limoeiro que ficava junto ao portão, por razões várias nunca pendurara o saco na nespereira de troncos lisos e odores doces.
Não havia maior tortura para o gato que não convivia bem com a árvore de labirintos intrincados, já tentara por diversas vezes trepar mas os resultados tinham sido humilhantes, rasvaga-se, caía, ora por meio de equações várias baseadas em tentativas e erros, chegara à conclusão que devia ficar de focinho no ar, a salivar e a dar razão a Pavlov, até que Ana meio ensonada vinha pôr fim ao sofrimento do bichano, nesses instantes Kadafi enroscava-se nas suas pernas, subia para a bancada da cozinha, miava e por fim comia carapaus, sardinhas, peixe-lua...peixe-lua adorava peixe-lua.
Sonhava com o dia em que num enorme saco transparente Hemingwai deixasse pendurado na nespereira um enorme peixe-lua para ele partilhar com uma comunidade de gatos sem abrigo seus amigos,  Kadafi sabia muito bem como se faziam amigos para a vida, aquele pescador também devia saber, essa era parte do problema.

Estilhaços de um romance (3)

Janeiro 18, 2012

Isabel Afonso

Chegara a casa, uma moradia de traça antiga que pertencia a uma tia solteirona, à qual pagava uma renda simbólica, seria assim até haver necessidade de fazer partilhas, até lá usufruia da beleza daquele lugar, cuidava do jardim, fechava as janelas durante as tempestades e andava descalça sobre o soalho de madeira. À noite por entre a cortinas observava o velho cais, a forma como as ondas batiam nas pedras velhas e esburacadas, outrora fora porto de abrigo para pequenas embarcações de pescadores cobertos de lona que felizes traziam o sustento para a família. Agora talvez lhe pertencesse, a ela e a quem ali encontrasse algumas metáforas que servissem de ilustração às suas vidas.

Estilhaços de um romance (2)

Janeiro 16, 2012

Isabel Afonso

...um dos estilhaços de vidro espalhados sobre os degraus encrostou-se-lhe na palma da mão, fingiu não sentir dor, agradava-lhe aquela sensação que não corresponde exactamente a um golpe mas que lhe está bastante próxima...

Estilhaços de um romance (1)

Janeiro 15, 2012

Isabel Afonso

Subia então ao piso superior pela escada, galgando os degraus dois a dois, entrava para um cubículo, uma divisão da casa a que chamava o Retiro da Besta, enroscava-se sobre si própria, amarrotava as folhas de cálculos aritméticos e aniquilava assim toda a lógica numa fogueira de fogo fátuo.
Era ali que vivia uma ninhada de ratos que ela protegia do apurado olfacto de Kadafi, um gato para quem a existência estava marcada por um instinto poderoso, a fêmea ausentara-se para procurar alimento e a ninhada estava nervosa, guinchavam incomodados com a sua presença , Ana saiu silenciosamente,  recolheu os pedaços de papel carbonizado que em finas partículas de cinza se transformavam e fechou a porta esperando que o trinco se moldasse à ranhura da fechadura.
Sentia-se uma ave poderosa pairando no céu, resgantado as suas próprias penas.
Isabel Afonso

Xeque mate

Janeiro 13, 2012

Isabel Afonso

Xeque-mate

Eu consigo ler a tua mente neste instante.
A minha rainha já ocupa o lugar da tua, que tive o prazer de esmagar
São apenas cálculos bem feitos
-Xeque!
Sei que não és capaz de compreender
Desse ângulo as tuas torres parecem prestes a cair...
Alguma vez ouviste  mencionar "desarticulada", não?
-Olha! Aprecia o jorrar do sangue.
Do último dos teus cavalos negros.
-Xeque!
Viste, cortei cada passo teu,
Que sensação, até os próximos eu consigo ver !
É preciso avaliar cada segundo, cada movimento.
Eu consigo ler a tua mente nesse instante.
Farei disso o teu final também
Xeque-mate

Bandida

Janeiro 11, 2012

Isabel Afonso

Bandida
Selvagem
Embrulhaste a ética Kantiana
e os dez mandamentos do teu catecismo
num arame farpado
e ofereceste ao teu amor
um lanche estendido num prado verde
rasgaste a tua alva pele e ele sujou-se de vermelho
Bandida
Sugaste o néctar das flores
e roubaste as jóias da princesa
Bandida
E agora estás perante as leis da natureza
Que vença o mais forte
Bandida
Vomitas o teu cinismo pela madrugada
e dormes como um arcanjo
Bandida
Despojada de ética, afligem-te aqueles que também não a têm
Ah minha bandida, viesse alguém abençoar a tua alma com alguma hipocrisia

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