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Delicatessen

espaço destinado a pequenos prazeres

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Delicatessen sugere a leitura de ( Mendigos e Altivos)

Março 29, 2013

Isabel Afonso

Mendigos e Altivos, publicado pela primeira vez em 1955 e tido em geral como a obra-prima de Albert Cossery, foi já objecto de três adaptações: duas ao cinema e uma em banda desenhada. Autor traduzido em várias línguas e premiado em França, nascido no Cairo em 1913, Cossery é um profeta do prazer e da preguiça. As suas personagens, quase sempre oriundas das camadas socialmente marginais do Cairo, são apesar disso solares - a ausência de esperança é nelas o contrário do desespero.Mendigos e Altivos, por intermédio da personagem central, Gohar, ex-professor universitário de Literatura e Filosofia, mendigo por decisão própria, conduz-nos a uma visão do mundo civilizado, enquanto inutilidade orgânica, num explosivo cocktail de escárnio e reflexão.

Mendigos e Altivos  de Albert Cossery

Gólgota

Março 24, 2013

Isabel Afonso

Penso que ninguém estará interessado em saber que detesto ir ao cabeleireiro, detesto cabeleireiras e dou o benefício da dúvida aos cabeleireiros, sobretudo se forem gays, hoje foi dia de martírio e só entrei porque estava lá o wesley, começou a usar óculos, está mais maduro e sereno, há uns tempos as invejosas chispavam fogo pelos olhos, tiravam-lhe os materiais, era um desassossego toda a gente gostava de ver o Wesley em sobressaltos.

Para me defender das conversas e tricas levo sempre um livro, nada muito pesado, coisas leves até porque não posso pôr óculos com o cabelo cheio de tinta, desta vez e de acordo com a época "O Evangelho segundo Jesus Cristo", até porque estou indignadíssima com a forma como Saramago descreve Maria Madalena, como se perde num decote e alinha no cliché  denegrindo a reputação das loiras, fiquei desagradavelmente surpreendida.

Wesley, como só ele sabe vai dizendo entre tiques:

- Nossa, como foi possível crucificar um homem tão lindo? Esse tal de Saramago, bem podia ser crucificado, ele e a espanhola.

- Como tens razão Wesley, se as loiras são putas então a espanhola que mostre como se ama um homem na cruz, provavelmente envolta num vestido vermelho para seduzir o moribundo.  

A realidade ficcionada ou não da TV

Março 22, 2013

Isabel Afonso

Hoje a realidade da maioria das nossas vidas não existe, a televisão define-a, principalmente para os mais incautos e esclarecidos,  isso é assustador,  sobretudo os idosos que estão confinados a realidades progressivamente menos abrangentes, constroem-na a partir de notícias alarmantes e derrotistas.

É impressionante como Vítor Gaspar fala da situação económica do país como se estivesse no Bingo a cantar números, sem nos dar a entender que está a falar de pessoas, que as taxas de desemprego são famílias desestruturadas, jovens que querem prosseguir os seus estudos e não conseguem, etc..

Não sou de lamexisses mas tudo o que é de mais cheira mal, este homem é um psicopata que não sente, não se emociona, não se desenha no seu rosto qualquer tipo de expressão, irá levar este país para um liberalismo económico radical e isso vai custar vidas, a estabilidade mental de muitos.

 

Baixar as guardas

Março 17, 2013

Isabel Afonso

- Estás a falar de quê?

- De coisas que gratuitamente me magoaram, o que mais me irrita é que tenha aberto essa possibilidade a alguém, que lhe sirva de proveito, que escreva, que vá à cozinha e procure um pica gelo uma adaga mais o raio que o parta, porque de certo temos muito em comum para ter despertado tanta paixão.

 

Matar pode ser um acto de ternura

Março 13, 2013

Isabel Afonso

No filme Amour, os dois protagonistas vivem o drama da velhice, ela inicia a perda gradual das suas funções, ele assume-se como timoneiro em todo esse doloroso processo, pontuado de drama e fragmentos de felicidade cimentados no passado, o vinho, o gosto pela arte e o evidente poder económico constituem elementos facilitadores.

No cenário doméstico desenrola-se toda a trama, a casa é também ela um personagem, nela estão impressas as marcas do passado desta família, adivinham-se as festas em ambiente intimista, os livros, o piano; é este ambiente que serve de trampolim para o sucesso profissional da filha e dos netos, um deles visita os avós e a pedido toca para eles, apesar de fugaz é uma das presenças mais afectuosas, a par da ruidosa empregada de limpeza.

A filha simplesmente não entende o que se passa, o trabalho absorvente a frieza dos gestos posicionam-na a anos luz daquela realidade, aparece para destabilizar e ninguém está à espera que faça melhor.

Ele, elegante de olhos brilhantes como são os de quase todos que sabem envelhecer, quer usufruir daqueles momentos, até ao dia em que ela já não consegue beber a água que ele carinhosamente lhe dá, sufoca-a colocando a almofada sobre a cabeça da mulher e  esta morre, quase sem resistir.

Um filme extraordinário, realizado por Michael Haneke que conta com as fabulosas interpretações de Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva.

 

 

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