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Delicatessen

espaço destinado a pequenos prazeres

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...

Junho 29, 2013

Isabel Afonso

Havia sempre aquele aperto,  sufoco de existir, uma dor sem causa aparente, um desconforto, agora já nem disfarçava e isso começava a ser bom, aquele monólogo em público irritava os outros e divertia-a a ela.

 

 

Feira de Carcavelos

Junho 16, 2013

Isabel Afonso

As tias vão roubar os ciganos para a feira de Carcavelos, a minha amiga Elizabeth com "z" e "th" trouxe o cigano para beber umas imperiais, ao décimo quinto dia, as mulheres abrem excepções geneticamente poderosas.

O degelo

Junho 09, 2013

Isabel Afonso

Havia um excesso de luz a incidir na tua cara e dificuldades em manteres o personagem, chegou o tempo do degelo, os pingos de água sobre a mesa de alumínio teciam caminhos difusos de encontros improváveis porque os encontros são raros.

Aula de Kama Sutra

Junho 06, 2013

Isabel Afonso

 

Com um copo com embutidos de lazúli
espera por ela

Sobre o lago em volta da tarde e o perfume de flores
espera por ela

Com a paciência do cavalo pronto para descer a montanha
espera por ela

Com o bom gosto do príncipe magnífico
espera por ela

Com sete almofadas cheias de nuvens leves
espera por ela

Com o fogo do incenso mulher enchendo o lugar
espera por ela

Com o cheiro do sândalo homem em redor do dorso dos cavalos
espera por ela

E não tenhas pressa, e se ela chegar depois da hora
então espera por ela

E se ela chegar antes da hora
então espera por ela

E não assustes os pássaros que estão nas suas tranças
e espera por ela

Para que ela se sente descansada como um jardim no cimo da sua beleza
e espera por ela

Para que respire este ar estranho no seu coração
e espera por ela

Para que levante o vestido das suas coxas, nuvem por nuvem
e espera por ela

E trá-la à varanda para ver uma lua afogada em leite
espera por ela

E oferece-lhe água antes do vinho, e não
olhes para as perdizes gémeas a dormir sobre o seu peito
e espera por ela

E toca-lhe a mão devagarinho quando
pousa o copo sobre o mármore
como se lhe levasses orvalho
e espera por ela

Fala com ela como uma flauta
com a corda assustada de um violino
como se fôsseis os dois testemunhas do que o amanhã vos prepara
e espera por ela

Ilumina-lhe a noite anel por anel
e espera por ela
até que a noite te diga:
não ficaram senão vós dois no mundo

Portanto leva-a com cuidado para a tua morte desejada
e espera por ela

Mahmûd Darwîsh
Tradução: André Simões

As Horas

Junho 06, 2013

Isabel Afonso

" Não tenho tempo para descrever os meus planos. Tinha muitas coisas a dizer a respeito de As Horas e da minha descoberta, de como escavei belas cavernas atrás das minhas personagens; penso que isso dá exactamente o que quero - humanidade, humor, profundidade. A ideia é que as cavernas se ligarão entre si e cada uma vem à luz do dia no momento presente."

Virginia Woolf

Pena de Morte

Junho 03, 2013

Isabel Afonso

Fez tudo o que pôde, mas nunca conseguiu deixar de pensar nele, inquietante, pedira-lhe que a matasse, desconfiara  do seu potencial bélico, nunca lhe perdoaria o facto de não o ter feito, vingar-se-ia, depois de se ter tornado o núcleo da sua própria existência, esse era o único elo que a fazia divergir para o que estava para lá de si própria, era testemunha de como entrara em combustão, sabia-o, entrara pela porta e as labaredas desorganizaram-se, ávidas de oxigénio, desconcentrara-se do seu propósito, visitara-a como espectador ainda demasiado comprometido com os propósitos sociais, os tribunais, as testemunhas...

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