Attenberg II (rascunho)
Junho 30, 2012
Isabel Afonso
A tribo estava zangada com ela, ausentara-se, não lhe perdoavam, queriam saber o que fizera com o tempo, ainda que tivesse estado doente, não lhes pedira que por ela carpissem, privara-as daquela cena em torno de uma cama de hospital onde todos e cada um à sua maneira partilham comentários, quantas horas no bloco operatório... ainda está sob o efeito da morfina...nunca mais vai ser a mesma ...etc...
Voltara, teriam de se confrontar então com uma poderosa fêmea que a quase todos convinha que estive ou morta ou louca, arranjara forma de ser adversária em quase todos os tabuleiros de um jogo que por vezes lhe saía caro, concluiria o mestrado em Gestão Escolar, não sabiam...se soubessem apedrejavam-na.
As fêmeas que agora faziam parte da tribo, tinham sido avisadas, olhavam-na desconfiadas mas curiosas, queriam cheirá-la, durante algum tempo guardou as devidas distâncias e depois deixou-se tocar, ela, sabiamente correspondeu, ofereceram-lhe flores e bolos, ingeriu algumas calorias a mais e cheirou as flores.
Os homens do grupo foram solidários, sem interferirem com os poderes das matriarcas, ofereceram-lhe sorrisos, deram-lhe o braço para a equilibrarem na escalada, a chefe do grupo admirava-a sabia como era competente naquilo que fazia, não lhe suportava a arrogância, às vezes dava por ela a rir-se de tudo aquilo, era desconcertante.