Vinha-lhe à memória um dos poemas de José Luís Peixoto
Explicação da Eternidade
devagar, o tempo transforma tudo em tempo
o ódio transforma-se em tempo, o amor transforma-se em tempo, a dor transforma-se em tempo.
os assuntos que julgámos mais profundos, mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis, transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada. a idade de nada é nada. a eternidade não existe. no entanto, a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos. os instantes do teu sorriso eram eternos. os instantes do teu corpo de luz eram eternos.
foste eterna até ao fim.
Envolvia-se nos versos deste poema e a maior das inquietações ficava reduzida a pó, quando a vida se atribulava lia-o, quando a vida estagnava lia-o também, quando alguém morria li-o, era como um vestido preto que guardava no guarda roupa, ou rebuçados de menta.
Enchia-se de coisa nenhuma e isso era o mundo onde fixava o corpo e ao mesmo tempo um carrossel de coisa nenhuma onde pairavam como nuvens as suas inquietações.
Meu deus esse de que nos servimos no mesmo plano, que vida era aquela, estranha, mas outra não fazia qualquer sentido, aquela era na sua essência, um novelo de lã nas patas de um gato.
O autor é conhecedor deste acrescente e não se importa, é um bacano
Sempre fui pela igualdade, de oportunidades, ou seja adoptando o kit existencial que se faz nortear por valores de solidariedade...etc
Há algum tempo que sou surpreendida por ideias estranhas, não contra negros, nem morenos, nem cegos, nem coxos, mas contra jagunços. O jagunço é uma criatura que não só não se respeita a si próprio, como não respeita ninguém, num mundo em que todos evoluem para se afastarem da ancestral natureza primata, o jagunço sobrevive e impõe-se pela javardice.
- Hoje um destes exemplares, afirmou-me que na escola os meninos andam a aprender a serem felizes e que não se importa com o que o seu jaguncinho mais novo faz ou não faz, o importante é que seja feliz.
Há com toda a certeza um paizinho na China que precisa de um jaguncinho Português para lhe desentupir a sanita.
O melhor da sua situação era que o seu sentimento de família não era prejudicado pela presença da família. Ela era para José Rui uma auréola e não uma obrigação. Ulisses foi uma lenda porque não teve a família como ministério. Correu perigos, o que lhe bastou como inteligência. E, sobretudo, não foi um grande homem, o que equivale a dizer que fez o que quis e que voltou à pátria por desfastio ou por falta de imaginação.
Os medíocres unem-se para se tornarem fortes, os inteligentes isolam-se para satisfazerem as suas necessidades intelectuais e para se envolverem no processo de auto evolução.
A mediocridade odeia esta gente que se isola, unem-se e mesmo assim não os vencem, quando crianças uma criatura séria explora o objecto de interesse até â exaustão, analisa-o dos seus mais variados ângulos, enquanto a grande percentagem de gente medíocre contenta-se com o exterior.
Na vida adulta este dois tipos de pessoas vão cruzar-se, o mediocre, sabe bem dos imensas lacunas de que é constituída a sua formação como ser humano, por isso faz batota, o outro sabe muito bem onde tem a coluna vertebral.
A sociedade vive hoje de lutas titânicas entre seres com exoesqueleto como o escaravelho e seres com endoesqueleto como o Homem.
No entanto as baratas ficarão para contar a história.
Tento olhar para aquilo que não me agrada, como uma limitação minha, aliada a falta de disponibilidade para compreender o objecto desse desagrado, quando isso acontece por norma, a coisa atravessa-se na minha existência para me afrontar e dessa forma não tenho alternativa, inicio o processo de assimilação da coisa em si...raios mas isto dá uma trabalheira, para chegar à conclusão que mais valia estar quieta.
Mas porque não o fiz?
Elementar, minha cara..
A coisa, o objecto sacou o teu desprezo e alojou-se à entrada da tua porta para que não o a ignorasses.
Ainda este povo não percebeu que é preciso educar os filhos, uma criança é uma cria como outra qualquer, de uma outra espécie, uma macaca educa o filho e se preciso for dá-lhe uns açoites, pois as fêmeas humanas estão a educar os filhos para que sejam opositores à autoridade e para que seja necessário explicar-lhes todas as ordens que lhe são dadas, do tipo:
- O menino não deve andar à chuva ( deve em linguagem jurídica é " não pode") porque constipa-se e os medicamentos são muito caros, o pai está desempregado...blá blá
Pois que rica merda andam estas progenitoras a fazer...não há quem aguente tanta falta de educação, ou seja um novo síndrome de oposição à autoridade que rende umas coroas à psicóloga do bairro, por norma uma chiquérrima que nunca pôs uma fralda, tal como eu no que toca às fraldas.